Entramos pelo páteo de uma casa envelhecida numa rua escondida
na confusão da cidade. Piso térreo, janelas e portadas quebradas
pelo sol, um caminho estreito. Entramos. Na intimidade da casa,
dos quartos, da antiga cozinha, subimos ao sótão, descemos
à cave. As paredes acusam a humidade da terra e o telhado
o peso da gravidade. Acendemos a lareira. Vamos ao jardim.
Falamos com as pessoas que ocuparam o espaço, do trabalho já
feito, das obras expostas e por expôr. São artistas alguns,
curiosos e amadores outros, mas acima de tudo, são amigos.
Amigos do projecto e do seu principal responsável, Pedro
Bernardo, fundador e criador do Museu Bernardo, dois anos
antes. Conversamos. Sobre arte, projectos e vontades. Surge a
associação para apoiar, defender e divulgar arte contemporânea
e criar um espaço de convívio e intervenção cívica que
reduza e questione o hiato entre a arte e a vida. Agradecemos
profundamente a cedência desinteressada dos donos da casa. E,
nesse espaço improvável de criação, de partilha entre o artista
e o público, os artistas e a terra, começamos lentamente a
avançar nessa direcção, entrando sem auras nem delongas, na
intimidade da prática do fazer artístico.
A casa aparece despida na sua simplicidade, sem artifícios
ou grandes espectáculos. E, na singularidade do espaço e dos
encontros que ele nos proporciona, são as obras que fazem o
espaço e não o espaço que faz as obras. E, talvez por isso, a
desordem e o diálogo que estabelecem entre si façam parte deste
nosso tempo que atravessamos.
Inaugura-se a casa com a exposição do Jomi. Aqui, na Casa,
no Centro Cultural e de Congressos e no Centro de Artes, é
curioso que “Le Regard” de Jorge Feijão, nos obrigue a um olhar
pela cidade e pelas suas instituições e nos obrigue, no rigor
laborioso com que criou a exposição, a um diálogo com a própria
geografia da cidade. Trabalho aturado que nos interpela pela
tensão do gesto no longo vazio da tela.
Ao lado do CCC e do Centro de Artes, a casa cresce e com ela,
o desejo de futuras e profícuas relações, exposições, mais trabalho, mais gente, mais amigos. Para arriscar pontes. Com todos.
Jorge Feijão na Casa Bernardo Sábado dia 20 de Março 2010, 21.30
na confusão da cidade. Piso térreo, janelas e portadas quebradas
pelo sol, um caminho estreito. Entramos. Na intimidade da casa,
dos quartos, da antiga cozinha, subimos ao sótão, descemos
à cave. As paredes acusam a humidade da terra e o telhado
o peso da gravidade. Acendemos a lareira. Vamos ao jardim.
Falamos com as pessoas que ocuparam o espaço, do trabalho já
feito, das obras expostas e por expôr. São artistas alguns,
curiosos e amadores outros, mas acima de tudo, são amigos.
Amigos do projecto e do seu principal responsável, Pedro
Bernardo, fundador e criador do Museu Bernardo, dois anos
antes. Conversamos. Sobre arte, projectos e vontades. Surge a
associação para apoiar, defender e divulgar arte contemporânea
e criar um espaço de convívio e intervenção cívica que
reduza e questione o hiato entre a arte e a vida. Agradecemos
profundamente a cedência desinteressada dos donos da casa. E,
nesse espaço improvável de criação, de partilha entre o artista
e o público, os artistas e a terra, começamos lentamente a
avançar nessa direcção, entrando sem auras nem delongas, na
intimidade da prática do fazer artístico.
A casa aparece despida na sua simplicidade, sem artifícios
ou grandes espectáculos. E, na singularidade do espaço e dos
encontros que ele nos proporciona, são as obras que fazem o
espaço e não o espaço que faz as obras. E, talvez por isso, a
desordem e o diálogo que estabelecem entre si façam parte deste
nosso tempo que atravessamos.
Inaugura-se a casa com a exposição do Jomi. Aqui, na Casa,
no Centro Cultural e de Congressos e no Centro de Artes, é
curioso que “Le Regard” de Jorge Feijão, nos obrigue a um olhar
pela cidade e pelas suas instituições e nos obrigue, no rigor
laborioso com que criou a exposição, a um diálogo com a própria
geografia da cidade. Trabalho aturado que nos interpela pela
tensão do gesto no longo vazio da tela.
Ao lado do CCC e do Centro de Artes, a casa cresce e com ela,
o desejo de futuras e profícuas relações, exposições, mais trabalho, mais gente, mais amigos. Para arriscar pontes. Com todos.
Jorge Feijão na Casa Bernardo Sábado dia 20 de Março 2010, 21.30
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