quinta-feira, 23 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
Caldas Late Night no Gazeta das Caldas
Até o São Pedro decidiu participar na 15ª edição do Caldas Late Night (CLN) no passado sábado, 28 de Maio, mas a chuva acabou por não conseguir estragar a iniciativa, tendo sido apenas necessário alterar a localização de alguns dos eventos.
À tarde a chuva forte tornou-se o 116º projecto participante, juntando-se às 115 inscrições (algumas das quais colectivas) que animaram mais esta edição do CLN.
“O balanço desta edição é bastante positivo. Apesar de termos feito parte da organização, também apresentámos projectos e tivemos um dia muito ocupado”, revelou Elisa Sousa, uma das organizadoras do evento, por email, à Gazeta das Caldas.
Foi com satisfação que à noite, quando finalmente tiveram disponibilidade para usufruir do evento, aperceberam-se “do movimento e da energia presentes na cidade”.
O cálculo do número de pessoas a percorrer os vários locais foi difícil de contabilizar, mas os três mil mapas distribuídos não foram suficientes para satisfazer a procura e havia muitos grupos com apenas um mapa.
Resultou assim a ideia de concentrar o CLN num só dia, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas edições. “Inicialmente pensámos num Caldas Late Night de três dias, mas com o passar do tempo chegámos à conclusão que concentrar tudo num dia seria uma opção ousada e poderia criar uma intensidade que não resultaria em três ou em dois dias”, explicou Elisa Soua.
O objectivo era que esta edição do CLN fosse uma espécie de “bomba”, com muitas actividades a acontecer em simultâneo e as ruas cheias de gente.
“Optámos pelo sábado de forma a dar ao máximo possível de gente a oportunidade de estar presente e expor os seus projectos, envolvendo a comunidade caldense”, justificiou ainda. Uma opinião partilhada pela maior parte das pessoas com quem falámos.
A grande maioria dos projectos foi desenvolvida por alunos e ex-alunos da ESAD ou por pessoas que já tinham estado envolvidas de alguma forma no evento, mas cerca de 10% das inscrições eram de pessoas de fora da comunidade estudantil e da região.
Foi o caso de Francisco Lopes Pereira que apresentou “Agora Tudo Cheira a Ti”, um projecto de pintura e instalação, numa das lojas do centro comercial Sotto Mayor.
A imagem do quadro que o artista expôs (duas mulheres deitadas na cama numa relação homossexual) acaba por se transferir para o espaço em si, com várias peças de roupa espalhadas no chão.
Francisco Pereira é licenciado em Publicidade, mas está a frequentar o curso de Pintura e Desenho da escola Ar.Co, em Lisboa, tendo sido convidado por alguns amigos a participar no CLN. “Embora nunca tenha ouvido falar antes, não quis perder a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, disse.
O centro comercial Sotto Mayor foi um dos pontos nevrálgicos do CLN 2011, assim como os silos da Ceres, onde estiveram várias instalações, incluindo várias projecções de vídeo na fachada do próprio edifício.
Segundo Nicola Henriques, responsável pelo projecto Ateliers nos silos, fazia todo o sentido que este núcleo de criativos participasse no CLN e como tal acabaram por abrir o espaço a outras pessoas que quisessem ali expor. Possibilitaram também a oportunidade a alguns alunos estrangeiros de Eramus a participarem.
Na “black box” dos silos tiveram também lugar vários ensaios abertos da peça “Humanal”, de Ana Rosa Abreu e Sara Ribeiro, que será estreada a 18 de Junho no Teatro Cine de Torres Vedras.
“O Teatro Cine convidou-nos a encenar uma peça em que o texto fosse escrito por uma autora de Torres Vedras e nós escolhemos um texto de Ana Meireles, que adaptámos”, contou Sara Ribeiro.
O texto infantil foi transformado numa peça crua e intensa, que conta a história de um construtor que chega a uma montanha e quer destruir tudo o que lá existe para construir prédios.
A Gazeta desde o primeiro ano
Há 15 anos um grupo de alunos da escola de artes das Caldas (na altura com a denominação de ESTGAD) decidiu abrir as portas das suas casas para apresentar os seus trabalhos, desde o desenho ao vídeo.
A original iniciativa foi então baptizada de “Late Night – Intervenções Caseiras” e a sua divulgação cingiu-se ao passa-palavra entre estudantes e alguns amigos. A 1 de Maio de 1997 a Gazeta das Caldas foi alertada por Pedro Bernardo para a realização de algo nunca antes visto nesta cidade.
O autor destas linhas acompanhou então o fotógrafo Pedro Bernardo ao longo de uma noite muito diferente do habitual, visitando 14 casas e a primeira residência de estudantes do IPL (no Avenal), assistindo “in loco” ao nascimento de uma das mais importantes manifestações de arte da região e do país, dadas as características ímpares que tem.
Quinze anos depois a Gazeta das Caldas é também o único órgão de comunicação social presente na cerimónia de abertura da 15ª edição do Caldas Late Night, ao princípio da tarde de 28 de Maio. Para assinalar esse momento, o grupo de oito alunos por detrás da organização do evento deste ano (que em 1997 teriam menos de cinco anos de idade) soprou as velas num bolo de chocolate em plena praça 5 de Outubro.
Iniciava-se assim uma maratona que, para alguns dos que resistiram até chegar à festa final na ESAD, se prolongou por 12 horas. Já para não falar do facto de essa festa prolongar-se até de manhã.
Uma das críticas que se tem feito às mais recentes edições do Caldas Late Night é mesmo o facto de se ter tornado mais uma festa académica do que propriamente um evento artístico alternativo.
Do grupo inicial que organizou e participou na primeira edição deste evento, ainda há vários artistas que mantêm uma ligação às Caldas da Rainha. Filipe Feijão, que em 1997 estava a frequentar o curso de Artes Plásticas na ESTGAD, salienta que “houve muita gente” a participar na organização. “Acho que foi uma repescagem do Lisboa 24 Horas que tinha decorrido, com a participação de uma série de artistas, e resolvemos fazer o Late Night nas Caldas”, contou.
Segundo Filipe Feijão, os estudantes estavam descontentes por não terem locais onde fazer exposições e resolveram utilizar as suas próprias casas para se apresentarem à cidade “enquanto artistas e não enquanto alunos”.
Desde o primeiro ano que houve “carta branca” para que os participantes fizessem o que entendessem. “Na altura o Late Night não se circunscrevia tanto à arte, mas há intervenção” porque havia “um descontentamento quanto aos contornos da arte e queríamos fazer coisas mais espontâneas”.
A primeira instalação de Filipe Feijão foi uma divisão onde todos os objectos eram manipulados através de interruptores. O artista plástico participou nas três primeiras edições, “mas depois o Late Night ganhou outros contornos e não participei mais, mas continuo a ver”.
Ficaram para a história do Late Night as intervenções que se fizeram numa casa onde habitava Filipe Feijão, entre outros alunos da ESAD, no bairro da Ponte. “Eram intervenções muito vivas e performativas”, considera.
Museu Bernardo com exposição colectiva
Uma década e meia depois, Pedro Bernardo passou a ser ele próprio uma referência no meio artístico das Caldas, principalmente pelo seu papel dinamizador do Museu e da Casa Bernardo.
O museu recebeu a exposição “A Vida é Bela Quando Se é Pai” com trabalhos dos alunos do mestrado de Artes Plásticas da ESAD (António Amorim, Andreia Monteiro, Biana Costa, Bruno Fernandes, Carolina Rocha, Cláudio Lima, David Austen Pinto, David Martins, Leonardo Rito,Rita Trindade, Raquel Ferreira e Telmo Chaparra). A exposição está patente até 14 de Junho.
O prédio onde agora funciona o museu Bernardo é, sem dúvida, o edifício onde houve mais participações no CLN, até porque tem sido sempre habitado por alunos da ESAD ou outros artistas.
Pedro Bernardo diz ter uma relação com o CLN igual ao que tem a datas como o Natal, o Dia da Mãe e do Pai, entre outras. “Eu tento que o Caldas Late Night ou o Natal seja todo o ano”, afirmou, sem entrar em euforias de determinados dias festivos.
O próprio Pedro Bernardo participou também no CLN com a exposição Free_Ai Wey Wey, alusivo ao artista plástico detido pelas autoridades chinesas.
O Museu e a Casa Bernardo “patrocinaram” também três das lojas cedidas ao CLN no centro comercial Sotto Mayor, com obras de Charlie Steve, Ricardo Norte e um vídeo do trabalho de João Belga.
A 28 de Maio encerrou a exposição do fotógrafo italiano Simone Poltronieri na Casa Bernardo.
Abrir a casa para estranhos
Este ano foram poucas as casas abertas por alunos da ESAD. Um segundo andar na rua Miguel Bombarda, habitado por seis estudantes, é também já local habitual de peregrinação no CLN.
Com o tema “Open Spaces”, a instalação fazia-se ao longo da casa. Ao longo do corredor os visitantes iam passando por várias portas, tapadas por papel transparente, através do qual poderiam ser apreciados momentos da vida quotidiana dos seus habitantes. Podiam-se observar pessoas na casa de banho a secar o cabelo ou numa “situação mais íntima”, como explicou Catarina Morim, que participou pela segunda vez no CLN. Nesta instalação participaram ainda Telma Gonçalves, Inês Prats, Bruno Mendes, André Cardoso, Catarina Telles e Raquel Terenas.
Numa outra casa, na rua Hemiciclo João Paulo II, Tiago Rocha e Luís Guedes tinham uma instalação com uma árvore construída a partir de tábuas de skate. O projecto, intitulado reSiKIATE, pretendeu chamar a atenção para o facto da indústria de produção de tábuas para este desporto ser a sexta principal causa da desflorestação do continente americano.
À noite, na rua das Montras, cinco finalistas do curso de Design Gráfico da ESAD proporcionaram um momento de descontracção para quem passava com a performance “Rebenta a Bolha”. Ao longo da rua foram colocadas faixas com bolhas de plástico que as pessoas podiam rebentar. “Toda a gente gosta de fazer isso”, comentou Rosa Quitério, que organizou esta actividade com Ana Patriarca, Raquel Abreu, Erica Ramos e Sara Gonçalves.
Também a sede da Gazeta das Caldas recebeu uma instalação intitulada “Seis da Gaveta”. Bento Galado, Dulce Nunes, Jorge Mestre Simão, Madalena M., Manoel Jack e Tiago Custódio apresentaram uma viagem por “seis realidades diferentes ou seis imaginários diferentes por seis artistas que fazem do vídeo uma das suas principais ‘armas’”.
O Arraial da Leão Azedo era para acabar cedo
O CLN só começava oficialmente a 28 de Maio, mas no dia 26 a rua Leão Azedo voltou a receber o arraial popular que já faz parte do programa há três anos.
Quando organizou pela primeira vez o arraial, Maria Bustorff ainda morava numa casa na rua Leão Azedo, mas mesmo depois de se ter mudado continua a ser convocada para o fazer. Em 2008 a aluna da ESAD e uma colega de casa, tinham decidido aproveitar o facto de há uns anos atrás ter havido um arraial naquela rua e ficaram admiradas com a adesão. “Contaram-nos isso e achámos que seria engraçado repeti-lo também”, disse. Desde essa altura que todos os anos a festa volta a fazer-se.
Este ano foram surpreendidos pela decisão da Câmara de apenas passar uma licença especial de ruído até às 23h00, mas mesmo depois de a música ser desligada a festa manteve-se até às três da manhã com a presença de várias dezenas de pessoas.
Maria Bustorff é também uma das dinamizadoras de outro ícone recente do CLN: o “The Great Pillow Fight”. A luta de almofadas foi este ano ensombrada pela chuva e pelo facto da maior parte das pessoas que compareceu ter ido só ver, sem levar nenhuma almofada. Com apenas dez participantes, a guerra acabou rapidamente. “Tem vindo a degenerar porque as pessoas querem é ver”, lamentou Maria Bustorff, que sofreu ainda o percalço de lhe terem roubado o megafone. A “Pillow Fight” foi precedida de um momento teatral protagonizado por finalistas do curso de teatro.
Pedro Antunes
pantunes@gazetacaldas.com
À tarde a chuva forte tornou-se o 116º projecto participante, juntando-se às 115 inscrições (algumas das quais colectivas) que animaram mais esta edição do CLN.
“O balanço desta edição é bastante positivo. Apesar de termos feito parte da organização, também apresentámos projectos e tivemos um dia muito ocupado”, revelou Elisa Sousa, uma das organizadoras do evento, por email, à Gazeta das Caldas.
Foi com satisfação que à noite, quando finalmente tiveram disponibilidade para usufruir do evento, aperceberam-se “do movimento e da energia presentes na cidade”.
O cálculo do número de pessoas a percorrer os vários locais foi difícil de contabilizar, mas os três mil mapas distribuídos não foram suficientes para satisfazer a procura e havia muitos grupos com apenas um mapa.
Resultou assim a ideia de concentrar o CLN num só dia, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas edições. “Inicialmente pensámos num Caldas Late Night de três dias, mas com o passar do tempo chegámos à conclusão que concentrar tudo num dia seria uma opção ousada e poderia criar uma intensidade que não resultaria em três ou em dois dias”, explicou Elisa Soua.
O objectivo era que esta edição do CLN fosse uma espécie de “bomba”, com muitas actividades a acontecer em simultâneo e as ruas cheias de gente.
“Optámos pelo sábado de forma a dar ao máximo possível de gente a oportunidade de estar presente e expor os seus projectos, envolvendo a comunidade caldense”, justificiou ainda. Uma opinião partilhada pela maior parte das pessoas com quem falámos.
A grande maioria dos projectos foi desenvolvida por alunos e ex-alunos da ESAD ou por pessoas que já tinham estado envolvidas de alguma forma no evento, mas cerca de 10% das inscrições eram de pessoas de fora da comunidade estudantil e da região.
Foi o caso de Francisco Lopes Pereira que apresentou “Agora Tudo Cheira a Ti”, um projecto de pintura e instalação, numa das lojas do centro comercial Sotto Mayor.
A imagem do quadro que o artista expôs (duas mulheres deitadas na cama numa relação homossexual) acaba por se transferir para o espaço em si, com várias peças de roupa espalhadas no chão.
Francisco Pereira é licenciado em Publicidade, mas está a frequentar o curso de Pintura e Desenho da escola Ar.Co, em Lisboa, tendo sido convidado por alguns amigos a participar no CLN. “Embora nunca tenha ouvido falar antes, não quis perder a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, disse.
O centro comercial Sotto Mayor foi um dos pontos nevrálgicos do CLN 2011, assim como os silos da Ceres, onde estiveram várias instalações, incluindo várias projecções de vídeo na fachada do próprio edifício.
Segundo Nicola Henriques, responsável pelo projecto Ateliers nos silos, fazia todo o sentido que este núcleo de criativos participasse no CLN e como tal acabaram por abrir o espaço a outras pessoas que quisessem ali expor. Possibilitaram também a oportunidade a alguns alunos estrangeiros de Eramus a participarem.
Na “black box” dos silos tiveram também lugar vários ensaios abertos da peça “Humanal”, de Ana Rosa Abreu e Sara Ribeiro, que será estreada a 18 de Junho no Teatro Cine de Torres Vedras.
“O Teatro Cine convidou-nos a encenar uma peça em que o texto fosse escrito por uma autora de Torres Vedras e nós escolhemos um texto de Ana Meireles, que adaptámos”, contou Sara Ribeiro.
O texto infantil foi transformado numa peça crua e intensa, que conta a história de um construtor que chega a uma montanha e quer destruir tudo o que lá existe para construir prédios.
A Gazeta desde o primeiro ano
Há 15 anos um grupo de alunos da escola de artes das Caldas (na altura com a denominação de ESTGAD) decidiu abrir as portas das suas casas para apresentar os seus trabalhos, desde o desenho ao vídeo.
A original iniciativa foi então baptizada de “Late Night – Intervenções Caseiras” e a sua divulgação cingiu-se ao passa-palavra entre estudantes e alguns amigos. A 1 de Maio de 1997 a Gazeta das Caldas foi alertada por Pedro Bernardo para a realização de algo nunca antes visto nesta cidade.
O autor destas linhas acompanhou então o fotógrafo Pedro Bernardo ao longo de uma noite muito diferente do habitual, visitando 14 casas e a primeira residência de estudantes do IPL (no Avenal), assistindo “in loco” ao nascimento de uma das mais importantes manifestações de arte da região e do país, dadas as características ímpares que tem.
Quinze anos depois a Gazeta das Caldas é também o único órgão de comunicação social presente na cerimónia de abertura da 15ª edição do Caldas Late Night, ao princípio da tarde de 28 de Maio. Para assinalar esse momento, o grupo de oito alunos por detrás da organização do evento deste ano (que em 1997 teriam menos de cinco anos de idade) soprou as velas num bolo de chocolate em plena praça 5 de Outubro.
Iniciava-se assim uma maratona que, para alguns dos que resistiram até chegar à festa final na ESAD, se prolongou por 12 horas. Já para não falar do facto de essa festa prolongar-se até de manhã.
Uma das críticas que se tem feito às mais recentes edições do Caldas Late Night é mesmo o facto de se ter tornado mais uma festa académica do que propriamente um evento artístico alternativo.
Do grupo inicial que organizou e participou na primeira edição deste evento, ainda há vários artistas que mantêm uma ligação às Caldas da Rainha. Filipe Feijão, que em 1997 estava a frequentar o curso de Artes Plásticas na ESTGAD, salienta que “houve muita gente” a participar na organização. “Acho que foi uma repescagem do Lisboa 24 Horas que tinha decorrido, com a participação de uma série de artistas, e resolvemos fazer o Late Night nas Caldas”, contou.
Segundo Filipe Feijão, os estudantes estavam descontentes por não terem locais onde fazer exposições e resolveram utilizar as suas próprias casas para se apresentarem à cidade “enquanto artistas e não enquanto alunos”.
Desde o primeiro ano que houve “carta branca” para que os participantes fizessem o que entendessem. “Na altura o Late Night não se circunscrevia tanto à arte, mas há intervenção” porque havia “um descontentamento quanto aos contornos da arte e queríamos fazer coisas mais espontâneas”.
A primeira instalação de Filipe Feijão foi uma divisão onde todos os objectos eram manipulados através de interruptores. O artista plástico participou nas três primeiras edições, “mas depois o Late Night ganhou outros contornos e não participei mais, mas continuo a ver”.
Ficaram para a história do Late Night as intervenções que se fizeram numa casa onde habitava Filipe Feijão, entre outros alunos da ESAD, no bairro da Ponte. “Eram intervenções muito vivas e performativas”, considera.
Museu Bernardo com exposição colectiva
Uma década e meia depois, Pedro Bernardo passou a ser ele próprio uma referência no meio artístico das Caldas, principalmente pelo seu papel dinamizador do Museu e da Casa Bernardo.
O museu recebeu a exposição “A Vida é Bela Quando Se é Pai” com trabalhos dos alunos do mestrado de Artes Plásticas da ESAD (António Amorim, Andreia Monteiro, Biana Costa, Bruno Fernandes, Carolina Rocha, Cláudio Lima, David Austen Pinto, David Martins, Leonardo Rito,Rita Trindade, Raquel Ferreira e Telmo Chaparra). A exposição está patente até 14 de Junho.
O prédio onde agora funciona o museu Bernardo é, sem dúvida, o edifício onde houve mais participações no CLN, até porque tem sido sempre habitado por alunos da ESAD ou outros artistas.
Pedro Bernardo diz ter uma relação com o CLN igual ao que tem a datas como o Natal, o Dia da Mãe e do Pai, entre outras. “Eu tento que o Caldas Late Night ou o Natal seja todo o ano”, afirmou, sem entrar em euforias de determinados dias festivos.
O próprio Pedro Bernardo participou também no CLN com a exposição Free_Ai Wey Wey, alusivo ao artista plástico detido pelas autoridades chinesas.
O Museu e a Casa Bernardo “patrocinaram” também três das lojas cedidas ao CLN no centro comercial Sotto Mayor, com obras de Charlie Steve, Ricardo Norte e um vídeo do trabalho de João Belga.
A 28 de Maio encerrou a exposição do fotógrafo italiano Simone Poltronieri na Casa Bernardo.
Abrir a casa para estranhos
Este ano foram poucas as casas abertas por alunos da ESAD. Um segundo andar na rua Miguel Bombarda, habitado por seis estudantes, é também já local habitual de peregrinação no CLN.
Com o tema “Open Spaces”, a instalação fazia-se ao longo da casa. Ao longo do corredor os visitantes iam passando por várias portas, tapadas por papel transparente, através do qual poderiam ser apreciados momentos da vida quotidiana dos seus habitantes. Podiam-se observar pessoas na casa de banho a secar o cabelo ou numa “situação mais íntima”, como explicou Catarina Morim, que participou pela segunda vez no CLN. Nesta instalação participaram ainda Telma Gonçalves, Inês Prats, Bruno Mendes, André Cardoso, Catarina Telles e Raquel Terenas.
Numa outra casa, na rua Hemiciclo João Paulo II, Tiago Rocha e Luís Guedes tinham uma instalação com uma árvore construída a partir de tábuas de skate. O projecto, intitulado reSiKIATE, pretendeu chamar a atenção para o facto da indústria de produção de tábuas para este desporto ser a sexta principal causa da desflorestação do continente americano.
À noite, na rua das Montras, cinco finalistas do curso de Design Gráfico da ESAD proporcionaram um momento de descontracção para quem passava com a performance “Rebenta a Bolha”. Ao longo da rua foram colocadas faixas com bolhas de plástico que as pessoas podiam rebentar. “Toda a gente gosta de fazer isso”, comentou Rosa Quitério, que organizou esta actividade com Ana Patriarca, Raquel Abreu, Erica Ramos e Sara Gonçalves.
Também a sede da Gazeta das Caldas recebeu uma instalação intitulada “Seis da Gaveta”. Bento Galado, Dulce Nunes, Jorge Mestre Simão, Madalena M., Manoel Jack e Tiago Custódio apresentaram uma viagem por “seis realidades diferentes ou seis imaginários diferentes por seis artistas que fazem do vídeo uma das suas principais ‘armas’”.
O Arraial da Leão Azedo era para acabar cedo
O CLN só começava oficialmente a 28 de Maio, mas no dia 26 a rua Leão Azedo voltou a receber o arraial popular que já faz parte do programa há três anos.
Quando organizou pela primeira vez o arraial, Maria Bustorff ainda morava numa casa na rua Leão Azedo, mas mesmo depois de se ter mudado continua a ser convocada para o fazer. Em 2008 a aluna da ESAD e uma colega de casa, tinham decidido aproveitar o facto de há uns anos atrás ter havido um arraial naquela rua e ficaram admiradas com a adesão. “Contaram-nos isso e achámos que seria engraçado repeti-lo também”, disse. Desde essa altura que todos os anos a festa volta a fazer-se.
Este ano foram surpreendidos pela decisão da Câmara de apenas passar uma licença especial de ruído até às 23h00, mas mesmo depois de a música ser desligada a festa manteve-se até às três da manhã com a presença de várias dezenas de pessoas.
Maria Bustorff é também uma das dinamizadoras de outro ícone recente do CLN: o “The Great Pillow Fight”. A luta de almofadas foi este ano ensombrada pela chuva e pelo facto da maior parte das pessoas que compareceu ter ido só ver, sem levar nenhuma almofada. Com apenas dez participantes, a guerra acabou rapidamente. “Tem vindo a degenerar porque as pessoas querem é ver”, lamentou Maria Bustorff, que sofreu ainda o percalço de lhe terem roubado o megafone. A “Pillow Fight” foi precedida de um momento teatral protagonizado por finalistas do curso de teatro.
Pedro Antunes
pantunes@gazetacaldas.com
quarta-feira, 1 de junho de 2011
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