quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
























Trabalho de Michael Biberstein em documentário no Alandroal
O Fórum Cultural de Alandroal exibe no próximo dia 31 de janeiro, pelas 21 horas, o documentário “O Meu Amigo Mike ao Trabalho”, um filme da autoria de Fernando Lopes que retrata o trabalho e a obra de Michael Biberstein, o pintor suíço que faleceu com o Alandroal no coração.
Biberstein nasceu em Solothurn, na Suíça, corria o ano de 1948, era casado com a romancista Ana Nobre de Gusmão e faleceu na sua herdade, perto do Alandroal, a 5 de maio de 2013, vítima de acidente vascular-cerebral. Ficou conhecido em Portugal por ter um estilo pictórico e inédito, conseguindo através da utilização de texturas e variações de cor produzir um efeito único ao olhar e seduzir o espetador.
Reconhecido internacionalmente, expôs na Gulbenkian, em Serralves e na Coleção Joe Berardo, no que a Portugal diz respeito, e no estrangeiro no Museu Reina Sofia, em Madrid, o Beaubourg em Paris, no Whitney Museum em Nova Iorque.
A última parte da vida de Biberstein foi passada no Moinho da Fonte Santa, situado nas margens do Lucefecit, em Alandroal, local que serviu de palco à gravação do documentário “O Meu Amigo Mike ao Trabalho” e que durante a última década acolheu vários artistas das mais diversas áreas.
O Moinho da Fonte Santa, residência artística formada após o falecimento de Michael Biberstein, “continua a tradição, inaugurada pelo casal de artistas, de dar lugar à criatividade e ao trabalho neste moinho renovado”, segundo o Moinho da Fonte Santa Residências Artísticas.
O evento é aberto ao público e a entrada é gratuita.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

"O Meu Amigo Mike Ao Trabalho"

O Meu Amigo Mike Ao Trabalho
Documentário, 48 min
produzido por Midas Filmes (2008) 

O Município de Alandroal em parceria com o Museu Bernardo e a Residência Artística Moinho da Fonte Santa, tem em agenda a realização de um projeto que engloba exposição e projeção do filme “o meu amigo Mike ao trabalho” e um concerto por Garcia da Selva.

Ambos os eventos, se realizarão no espaço do Fórum Cultural Transfronteiriço de Alandroal. 

O projeto, é de certa forma uma homenagem ao falecido Mike Biberstein, para dar a conhecer aos munícipes a vida e obra do “Pintor Biberstein, e o facto de ter residido no concelho do Alandroal, onde desenvolveu o seu trabalho artístico, juntamente com a sua esposa, a escritora Ana Nobre de Gusmão.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ama como a estrada começa, Mário? É orientação
que se dê a uma criança, tanto mais
se a criança se encontrar transviada
ou caminhar errante querendo seguir em frente?
Que a estrada não começa, nós é que nela
poderíamos ter um dia começado. Em boa verdade,
e falando agora a título pessoal, sem pretender
generalizar, a estrada é um lugar em andamento
que já passou por mim, parecido
com a minha infância e com versos de Ruy Belo
onde os pássaros pousam e os cães vêm beber.
A estátua do Condottieri, lembras-te? Bronze
transformado em movimento e movimento
em iminência. E nem sequer fiquei a meio
de uma ligação qualquer com a minha vida,
que teima em fazer-me sofrer, embora a paisagem
seja apreciável e as gentes se mostrem
acolhedoras, mas não ao ponto de amar
se converter numa hipótese plausível.
Em vez de escreveres versos destes, mortalmente
correctos, devias ensinar as crianças a amar correctamente.
Ensina-me a mim, que pouco percebo de amar
e aos livros cheguei cedo demais
para cumprir o teu comando. Olham-me de viés,
com desconfiança e vergonha, e escondem-se
debaixo do lençol com que tapávamos os sofás
e o espelho de umas férias para as outras.
Envaidecia-me então o aparo dourado
que me corrigia o que estava mal. Rasurava até
os cadernos romperem como vulgar papel.
E depois foi tudo a correr e tanto
que já não me lembro do princípio e às vezes
parece que até já estamos depois do fim,
quando os espectadores se retiram com as mãos aquecidas
pelos aplausos e vão beber um copo e tudo
se desfaz. Nunca soube como deter o tempo,
incapaz de o transformar numa imagem parada
ou numa vertigem decisiva que me arrastasse
para um vazio diferente deste.
Nunca soube agarrar-me ao tempo, morto
como aquele pistoleiro do filme de aventuras
que a criança não se cansa de ver
apesar de a seguir não conseguir dormir,
uma personagem barata que é atingida em pleno
coração, em pleno saloon, o tiro a ecoar
em gargalhadas e de novo em piano. Falas-me
na tua estrada e encontro apenas um rosário
de recordações alheias. Ao reler o teu poema,
ou te julgo incauto ou concluo que já sabias
e que o imperativo se fez de reserva na passagem
das veias à cabeça. Literatura?
Certo, Mário, é que me levaste ao engano.
E não sei se alguma vez poderei vir a perdoar-te.


José Ricardo Nunes

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015



A Casa Bernardo está encerrada temporariamente. Pedimos desculpa pelo incómodo e agradecemos a vossa compreensão.